Carmen Zanotto já foi cotada para assumir a pasta quatro vezes no governo Moisés/Daniela

Por Upiara Boschi nsctotal.com.br

Foto: Maryanna Oliveira

Ao tomar posse como governadora interina na tarde de terça-feira, a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) espera apresentar uma mudança de impacto para mostrar a cara do novo governo na gestão da pandemia do coronavírus. A intenção é colocar no comando da Secretaria de Saúde um nome de peso político e respaldo técnico. A favorita é deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania).

​A parlamentar de Lages é uma indicação direta do senador Jorginho Mello (PL), praticamente uma pré-condição para apoiar a gestão interina de Daniela Reinehr. Além disso, Carmen Zanotto é uma das principais referências na área de saúde no Congresso Nacional – é, inclusive, relatora da comissão externa de combate ao coronavírus. Têm, ainda, conhecimento da Secretaria de Saúde, cargo que ocupou entre 2007 e 2010, no governo de Luiz Henrique da Silveira (MDB).

​O nome de Carmen circula nos bastidores desde que foi confirmado o novo afastamento, após o julgamento do Tribunal do Impeachment encerrado na noite de sexta-feira. Nesta segunda-feira, o deputado estadual Jessé Lopes (PSL) afirmou em uma rede social que ela seria o nome de Daniela para a pasta e que se comprometeria a endossar o chamado “tratamento precoce”, com remédios que não tem respaldo científico para tratar doentes de covid. Também se alinharia aos bolsonaristas contra aplicação de lockdown.

​Nos bastidores, a possibilidade de ter que abraçar os tratamentos alternativos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são vistos como empecilho para a resposta positiva de Carmen a um convite de Daniela. Além disso, há arestas políticas a serem aparadas entre os interesses político-eleitorais de Jorginho, que tenta se viabilizar como candidato a governador em 2022 com apoio do presidente, e os planos da própria vice-governadora.

​Não é a primeira vez que Carmen Zanotto é cotada para assumir a Secretaria de Saúde na gestão Moisés/Daniela. Na verdade, é a quarta vez desde maio do ano passado, quando estourou a crise gerada pela revelação da mal sucedida compra de 200 respiradores UTI com pagamento antecipado de R$ 33 milhões. Após a saída de Hélton Zeferino da pasta, Carmen Zanotto foi procurada pelo governador Carlos Moisés para assumir.

Na época, a parlamentar chegou a viajar de Brasília a Florianópolis apenas para uma conversa pessoal com Moisés. Tinha, inclusive, a disposição de aceitar o convite. No entanto, não se sentiu segura sobre as condições políticas do governo e autonomia na secretaria. Após o encontro com Moisés e o então chefe da Casa Civil, Douglas Borba, agradeceu o convite e rejeitou.

O segundo convite a Carmen Zanotto veio em outubro do ano passado, já pelas mãos de Daniela Reinehr após o afastamento do governador titular para responder ao processo de impeachment sobre o aumento salarial dos procuradores. Na época, no entanto, a parlamentar estava em plena campanha eleitoral para a prefeitura de Lages – disputa que perdeu para o prefeito Antonio Ceron (PSD) por apenas 56 votos de diferença.

Passada a eleição municipal e com Moisés de volta ao cargo, no final de novembro, Carmen voltou à bolsa de apostas para comandar a Saúde. Ela mandou sinais de que estava disposta a aceitar o desafio, mas Moisés apostou na continuidade de André Motta Ribeiro.

Categorias: Lages OnLine

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